Para a coleta de dados foram utilizadas as bases científicas eletrônicas: PubMed, SciELO, Google Acadêmico dentre outras. Foram selecionados artigos nessas bases utilizando as seguintes palavras-chave: treinamento de força, flexibilidade, idosos, envelhecimento e qualidade de vida. Além disso, foram utilizados livros de fisiologia humana e do exercício para a elaboração deste trabalho. A seleção foi realizada entre os meses de Abril a Agosto de 2020. Por se tratar de termos de busca amplos, vários artigos foram encontrados. Como critérios de inclusão, foram selecionados artigos e livros de 1998 até 2020. Foram descartados artigos fora do período citado e aqueles que não relacionavam de forma direta pelo menos duas das palavras-chave. Ao final, 39 trabalhos foram selecionados para o desenvolvimento desse trabalho.
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5 RESUMO A implementação do alongamento é comumente realizada antes e/ou após de sessões de treinamento esportivo ou de qualquer outra atividade física e recreativa. Porém, ultimamente, a utilização do alongamento integrada à prática do exercício físico tem sido bastante discutida. Nesse sentido, o presente estudo tem por objetivo apresentar as mais atuais discussões científicas, compreendidas na última década, relacionadas ao alongamento e exercício físico. Partindo da seguinte problemática: Quais são as implicações da utilização do alongamento antes e após o exercício físico? Para tanto, foi empregada, metodologicamente, a revisão bibliográfica, incorporando livros e artigos, relacionados à temática, publicados entre 2004 a A busca pelos artigos, em língua portuguesa, foi feita nas bases de dados Lilacs, Scielo e o site de busca Google Acadêmico. Após triagem sequenciada, por título, resumo e leitura do artigo na íntegra foram incluídos 31 estudos, mais 2 trabalhos de anais de congresso. Foi possível averiguar que, aparentemente, não há um consenso entre os autores a respeito do uso do alongamento, e isto pode ter relação com a variedade de protocolos utilizados nos estudos. Também foi constatado que a maioria das pesquisas teve como objetivo analisar o alongamento do método estático versus desempenho físico. O presente estudo mostra-se relevante, pois apresenta discussões atuais acerca da utilização antes e/ou após o exercício físico, corroborando com a prática de profissionais de Educação Física no sentido do desenvolvimento de uma atuação consciente e embasada cientificamente. Palavras-chave: Alongamento, Exercício físico, Atividade física.
8 6 Esta pesquisa mostra-se pertinente aos estudos, pois apresenta discussões mais atuais acerca do alongamento antes e/após a prática de exercícios físicos, com o intuito de (re)pensar a prática profissional, favorecendo aos profissionais uma execução de seus trabalhos, não dando continuidade a uma tradição, mas com consciência e embasamento científico. O presente estudo encontra-se dividido em cinco tópicos. O primeiro tópico aborda questões conceituais acerca dos termos Alongamento, Flexionamento e Flexibilidade. O segundo tópico: Estrutura, função e propriedades funcionais do músculo esquelético, refere-se as questões anatômicas e fisiológicas do músculo esquelético. O tópico seguinte; Resposta reflexa ao alongamento, trata dos receptores sensoriais envolvidos no alongamento e suas ações. O 4º tópico, discorre acerca dos Métodos tradicionais de alongamento, e, o quinto e último tópico, pondera a respeito do Alongamento e Exercício Físico. Por fim, são apresentadas as Conclusões, seguidas das devidas Referências. 1. ALONGAMENTO, FLEXIONAMENTO E FLEXIBILIDADE A definição de um termo é muito importante para o desenvolvimento de uma área do conhecimento. Ademais, é essencial que os termos utilizados sejam especificamente esclarecidos para que todos os envolvidos no campo profissional tenham o consenso quanto à linguagem técnica adequada, concedendo assim uma maior identidade à área na qual atuam. Na área de Educação Física e esportes, muitas vezes, os termos utilizados não têm uma definição específica ou alguns termos assumem o sinônimo de outros. Pode ser o caso dos termos alongamento, flexionamento e flexibilidade. Para Archour Junior (2006), termos como estes são considerados difíceis de definir porém, na literatura, estes podem ser referidos particularmente. Logo, de acordo com Barbanti (2011), para alcançar o êxito, a terminologia especializada deve possuir termos bem definidos, sem ambiguidades, porque a ciência atua em dimensões que transcendem limite de espaço e tempo. 1.1 Alongamento O alongamento, para Dantas (2005, p. 95), é uma forma de trabalho que visa à manutenção dos níveis de flexibilidade obtidos e a realização dos movimentos de
9 7 amplitude normal com o mínimo de restrição física possível. Podendo ser definida também como técnica utilizada para aumentar a extensibilidade musculotendínea e do tecido conjuntivo, contribuindo para aumentar a flexibilidade articular, isto é, aumentar a amplitude de movimento (HALL & BROD, 2007). 1.2 Flexionamento Apesar de não ser muito utilizado pela maioria dos profissionais de Educação Física, o termo flexionamento pode ser definido, segundo Dantas (2005), como a forma de trabalho que visa obter uma melhora na flexibilidade através da viabilidade de amplitudes de movimento superiores às normais. Ainda Dantas (2005) diz que, o trabalho de flexionamento exige grandes amplitudes de movimentos, superiores aos de alongamento, o que gera um razoável risco de distensão muscular. Portanto pode-se entender flexionamento como uma manobra, com aplicação de uma força, na qual ocorre a passagem do limite de amplitude de movimento atingido pelo alongamento. 1.3 Flexibilidade A flexibilidade, embora descrita muitas vezes como um exercício físico, não se demonstra dessa forma, e sim considerada uma capacidade ou qualidade física que pode ser melhorada, aumentada e mantida através das manobras de alongamento tão importantes para atletas como para pessoas sedentárias ou praticantes de atividade física. Entende-se flexibilidade como a amplitude máxima de um movimento em uma ou mais articulações (GOBBI; VILLAR & ZAGO, 2005). De acordo com os autores op. cit. (2005), a flexibilidade é um componente da capacidade funcional e constantemente utilizada nas atividades da vida diária em menores ou maiores graus de amplitude. Ainda outras definições são apresentadas para a flexibilidade como a capacidade de realizar movimentos em certas articulações com amplitude de movimento adequada (BARBANTI, 2011) corroborando com Alter (2010), o qual define flexibilidade como a amplitude de movimento disponível em uma articulação ou em um grupo de articulações. Para o autor op. cit. (2010), a flexibilidade é simplesmente o resultado do alongamento.
19 17 considera o alongamento balístico como a realização de movimentos de alongamento repetidos e vigorosos com o intuito de aumentar a posição articular até os limites da ADM ou além deles (HALL, 2009) Aspectos favoráveis e contrários ao alongamento balístico A exemplo do alongamento estático, o alongamento balístico ajuda a desenvolver a flexibilidade, em especial a flexibilidade dinâmica. Permitindo, por essa especificidade, sua utilização no treinamento e aquecimento (ALTER, 2010). Os movimentos balísticos podem ser importantes, especialmente na prática de artes marciais e outros esportes de contato (ALTER, 2010; ARCHOUR JUNIOR, 2010). Todavia, recomenda-se que a utilização de tal método seja adotada apenas por praticantes com determinada experiência de movimentos, que conheçam e controlem sua força e velocidade (GOBBI; VILLAR & ZAGO, 2005), uma vez que a ação de intensificar o alongamento balístico pode levar a um estiramento excessivo do tecido muscular, provocando lesão (ARCHOUR JUNIOR, 2010). Por conseguinte, como o alongamento balístico ativa o reflexo miotático, pode ocorrer microrupturas nos músculos submetidos a esse tipo de alongamento (HALL, 2009). Acredita-se que o alongamento balístico seja o método menos favorável para o desenvolvimento da flexibilidade (ARCHOUR JUNIOR, 2010). Não obstante, o potencial do alongamento balístico causar lesões deve-se à prática errônea do método e não do método em si (GOBBI; VILLAR & ZAGO, 2005). 4.4 Alongamento dinâmico O método de alongamento dinâmico (ou alongamento ativo) é realizado pela contração voluntária dos músculos, sem auxílio (ALTER, 2010). Porém, é possível encontrar na literatura diferentes linhas de raciocínio no que concerne aos músculos que são contraídos (com relação à função desempenhada) na realização desse tipo de alongamento. Para Hall (2009), o alongamento dinâmico é realizado pela contração dos músculos antagonistas que estenderão os músculos agonistas (músculos a serem alongados). A autora (op. cit. 2009, p.133) exemplifica: Assim, para alongar ativamente os músculos isquiotibiais (os flexores primários do joelho), o quadríceps (extensor primário do joelho) deve estar contraído. Enquanto Archour Junior (2010) considera que
23 21 5. ALONGAMENTO E EXERCÍCIO FÍSICO 5.1 Resultados e discussão Resultados Foram encontradas evidências que desfavorecem a utilização do alongamento estático antes da sessão de exercícios, em especial nas sessões de treinamento de força. A exemplo do estudo de Costa et. al. (2009), o qual avaliou atletas de jiu-jitsu no teste de carga máxima (1RM) no supino horizontal, assim como a pesquisa de Batista, Navarro e Silva Filho (2013), também envolvendo o teste de1rm no supino horizontal, feita com voluntários do sexo masculino praticantes de exercício resistidos. Estes estudos obtiveram como resultado uma significativa diferença entre as avaliações, nas quais a maioria dos indivíduos apresentou o desempenho reduzido, quando da realização do alongamento estático antes do teste. É importante salientar que os testes foram aplicados imediatamente após o alongamento. Semelhantemente, Silva et. al. (2012) demonstram, através do teste de preensão manual, o efeito agudo negativo na produção de força isométrica em uma amostra composta por indivíduos de ambos os sexos, experientes em treinamento de força. O teste foi aplicado em dois grupos, um sem alongamento prévio e o outro com alongamento estático dos músculos flexores do punho. Após 48h, um novo teste foi realizado, invertendo-se os protocolos de treinamento entre os grupos. Foi observado que o melhor desempenho era alcançado quando apenas o teste de preensão manual era executado, sem alongamento. Além do efeito agudo de diminuição de desempenho, pós alongamento estático, ser constatado em algumas pesquisas com treinamento de força, evidencia-se que esse e outros métodos de alongamento e flexionamento podem influenciar negativamente, também de forma aguda, a performance nos mais variados tipos de treinamento. Tendo como exemplo os estudos de Da Silva (2009), com o alongamento estático; Carvalho et. al. (2009) e Nogueira et. al. (2009) com o alongamento estático e FNP e Vasconcellos et. al. (2010) com o flexionamento dinâmico. Os estudos identificaram uma diminuição nos resultados de testes de salto vertical, quando os estes eram precedidos pelos métodos de alongamento citados. 2ff7e9595c
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